Dedico este Blog a minha maior inspiração, Juliana Peixoto.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

VIDA DE RATO


Morando nos bueiros insanáveis da cidade

Este ser ambulante nada pelos canais

Transportando e transmitindo doenças mortais.

Passeia pelos esgotos da impunidade

Dividindo seu espaço com baratas e vermes

Deparando-se também que compete com outros de sua espécie.

Espalha medo pelas ruas e nojo pelas casas

Usando as bactérias de sua urina para infectar a civilização.

Vive na merda, à procura de uma única solução

Alimentando-se de lixo e carniça

Acho até a vida dele com a nossa parecida

Mas quando este mamífero roedor

É capturado por seu caçador,

Ratoeira mutiladora, espatifando-o em partes bruscamente

Sua carne podre se infesta rapidamente.

Nomeado rato, guabiru, catita, ratazana

Recebe vários nomes

Mas é tanta repugnância, que poderia muito bem

Chamar-se homem.


Poesia extraída do livro "O Louco e o Amante" de Carlos Eduardo Mélo, Editora Bagaço - Recife, 2002, pág. 94.


Hoje é cada vez mais possível comparar o homem ao pobre rato, mesmo o ser humano sendo a imagem do racional e plenamente responsável por seus atos. Diferente desses roedores, o homem chegou a um estágio tão limitante de evolução que começou a regredir. Sinto em dizer, mas, às vezes, encontro mais dignidade nestes pequenos seres que em nós mesmos.



2 comentários:

Anônimo disse...

"Você sabe explicar,
Você sabe entender tudo bem,
Você ESTÁ,
Você FAZ,
Você É,
Você QUER,
Você TEM.."

Peço ajuda a essa canção para retratar bem o que tenho a dizer.
Sinto-me orgulhosa pelo o que você faz e vem fazendo.Muita sorte(não precisarás de tanta)nessa nova vida!Precisando ou não,estarei sempre aqui.

Te amo,

Jú!

Dudu Mélo disse...

Obrigado por tudo, tudo mesmo.
Também te amo!!