Dedico este Blog a minha maior inspiração, Juliana Peixoto.

terça-feira, 19 de abril de 2011

CHOVE


Diante toda a frieza da noite
Chora a brancura úmida do céu
Que cobre o rosto da lua como um véu.
Suas lágrimas despencam aos montes
E do meu quarto sinto o cheiro de chuva.

Eu até tento prender a respiração
Para sufocar essa saudade dentro de mim
Que vai me deixando mais distante
Porém solto todo ar de uma só vez
E me espalho no chão gelado. Tonto.
Pareço em alto-mar, no balançar interminável
De uma embarcação qualquer. Ébrio.
Fugindo por salgados caminhos,
Navego sem rumo e sem pressa
Na enchente que inundam os olhos.
Deixo-me ir como tantas vezes sem palavras
Em pálidos papéis com esta mão desesperada
Por soletrar tudo que agora se resume ao teu nome.

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Poesia extraída do livro "Além da Estrada" de Carlos Eduardo Mélo, Editora Bagaço - Recife, 2007, pág. 105


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