Dedico este Blog a minha maior inspiração, Juliana Peixoto.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

QUE SOMOS?


O que sou?
Sou carne? Sou osso? Ou sou apenas alma?
Talvez eu seja poeira e cosmo
Ou areia ao vento.
Não sei quem sou,
Sou homem fruto do homem
Ou sou homem filho de Deus?
Não sei como sou,
Nem sei se sou o que realmente sou.
Tenho vida, mas
Às vezes me escondo dela ou apenas
Esqueço de vivê-la.
Vivo a procura de tesouros inexistentes
Seguindo setas invisíveis,
Adotando lemas contraditórios.
Será que nada sou?
Sou homem, eu penso, eu falo,
Existo e amo como outro igual,
E é justamente o fato de ser racional
Que me leva a refletir sobre o que sou.
Por isso estou farto de ser apenas um homem qualquer.
Para que sirvo?
Para despertar ganância sobre a solidariedade,
Ódio sobre o amor, guerra sobre paz?
Não sei e talvez nunca saberei.
Qual o porquê de minha existência?
Quem saberá? A quem pergunto?
Será que sou um monte de lixo
Resultante do excesso de sabedoria?
E que estou vivo só por estar?
Acho que não,
Deve haver um motivo concreto sobre isso.
Nascer para viver, viver para morrer.
Morrer será a chave para minhas respostas?
Creio que não,
Acredito que a única razão para vivermos
É a de que um dia
Encontraremos nossa razão de viver.

Poesia extraída do livro "O Louco e o Amante" de Carlos Eduardo Mélo, Editora Bagaço - Recife, 2002, pág. 106.