Na atmosfera da tua ozocrocia impregnada
Ganho asas para correr pela imensidade da tua anatomia
E mesmo com minha aptidão em escrever
Sufoca-me com teus mimos a meia-luz.
És doce cana que brota em minha imaginação fértil
Maçã fresca, uva ao vinho, jambre maduro
E de tanto querer lamber a essência frenética
Sacio-me do caramelo que escorre da tua boca vermelho sangue.
Minhas mãos percorrem tua meiguice
Para viajarmos no corsário feérico pelas ondas atrativas
Pois na meia-estação, canonizo-te talismã tropical
Numa paixão harmônica, numa intoxicação carnal.
Flora que palpita em minha sabedoria
Trazes as chuvas dos presságios em tuas pálpebras
Para nas poças refletir nossas faces apaixonadas
Como imagem ofegante do desejo.
Modelo meu idioma poético com tua cançoneta
Até cair em tentação ao adormecer em teu colo macio
Onde te faço de amuleto candente
Que dissocio em ramos de sonho.
E voaremos em nossa carruagem de caprichos
Para o infinito mais distante
Guardar-te-ei em meu sacrário, numa cápsula a ouro, veludo e aço
Onde te ninarei com a cantoria dos violinos.
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Poesia extraída do livro "O Louco e o Amante" de Carlos Eduardo Mélo, Editora Bagaço - Recife, 2002, pág. 36
Um comentário:
quantas surpresas!
deixarei que os outros,que não o conhecem como eu,comentem nelas.
bilhões de sucessos com esse novo look do blog.
te amo muito,mesmo.
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